eu deus e o mar
O mar, ah o mar.
Nunca achei que teria tanta vontade de estar perto dele. Pensando bem, creio que foi minha infância onde ele foi muito presente que me fez ser marcado por ele.
Mas engraçado é que na minha infância e adolescência o mar não tinha ligação nenhuma com Deus. Era um ambiente para desfrutar a vida em toda sua plenitude.
Quem lê pode pensar que sou pescador, surfista, kitista, vivo num barco ou coisas do gênero….
Longe destas coisas,  o mar hoje tem uma função principal bem diferente para mim. Sua maior função hoje é de palco. Palco onde dois seres se encontram. Um ser humano se encontra com seu Deus. Um palco onde brigam, discutem, abraçam, choram, explicam, perdoam e vivem seus maiores e mais profundos movimentos de cumplicidade. Esse palco é tão importante de tão longa data que não saberia mais onde me “apresentar” se ele fosse tirado.
Então saibas tu mar que para mim, tua função vai muito além de banhar, divertir e alegrar. Tua função é conciliar dois seres: um terreno, finito e um divino, eterno. E sabias tu que fazes isto muito bem, razão pela qual és palco desse relacionamento a algumas décadas.
Graças a Deus parece que a cada dia que passa, venho morar mais perto de ti. Quando nasci eram quilômetros, depois foram centenas de metros, e hoje em dia são poucos metros. Quem sabe um dia (e assim espero) sejam poucos passos?
É tão bom estar perto de ti mar pois fazes teu papel tão bem feito que nós, os dois seres, nos sentimos à vontade na sua presença intensa e ao mesmo tempo imperceptível.
Este é o meu relato para ti mar, daquilo que constantemente tu vens me proporcionar….